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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Desrazão a serviço do aquém?

O sonho em seu caráter simbólico representa o desejo da totalidade inerente a cada ser. O desenrolar dos fatos e tragédias do dia a dia demonstra quão afastados de nossa natureza original. Estamos longe. Evoluímos de maneira torta e doentia. Cremos na ilusão da razão.

Estou preso nas cadeias da razão
Minhas mãos e braços não podem
Pintar um quadro de minha atual situação
O sofrimento se torna insuportável
O peso do mundo em meus ombros
Meu coração emudece, é reprimido pelo controle
Absolutista de uma mente voraz
Meu desejo é de ser livre e compor uma canção
De esperança e perdão
Um novo caminho trilhar, uma estrada de ouro construir
Ser redimido pela cruz
Que cruza e unifica
Mata e sacrifica
Purgando a enantiodromia
Voltando para mim, o meu ponto central

Enrijecido por dentro
meu coração parece uma geleira
De pedras frias
Do nada a lava vulcânica
Para equilibrar e purgar minha alma e dar um sopro redentor
Onde eu perdi meus passos?
Que amarrou meus pés assim?
Qual caminho trilhar?
Já fui pra lá e voltei pra cá
Entregando minhas convicções a descasos e infortúnios
Nada parece ter solução
Minha percepção outrora aguçada
Onde está?
Meu pranto das profundezas da terra sufocada
Clama por sangue
A ira me consome
Pois tapei meus poços
Entulhados de entulho
Onde levará essa auto-sabotagem?
Quero trilhar a estrada real e descer aos infernos
Libertar os cativos
Ressurgir glorioso a superfície
Com os conteúdos que eu oprimia e me combatiam
Como parar a persistência unilateral?

black and white Fairy tales

Uma fada no muro de minha casa
Monta guarita guardando o templo
Lança um anzol for cima dos cabos de baixa tensão

de 380 volts no máximo
Nisso consistia seu absurdo trabalho
em um sonho preto e branco
Era noite e eu a espreita para tomar o que era meu
A fada me protegia me guiava na escuridão
eu subia, as paredes escalava como se fossem horizontais
havia algum mal ali dentro
Na casa-templo do sonho preto e branco 
A fada mediava, mas me ajudava
parecia saber do meu fabuloso intento
me acolheu como nobre invasor
algo me observava, o olhar penetrava minha espinha
como uma gélida lamina aço me partia ao meio
era o medo.
me invadiu e as nuvens se esvairam
recobrei a consciencia
era apenas sonho
e se foi o sonho preto e branco

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Doses

Mas nos marca tanto e tão profundamente
poderia não ser assim, não achas?
mas será que teria esse sabor açucarado na lembrança?
esse amargo forte da desesperança...
de ter aberto tão profundamente e mostrado mais de minhas entranhas do que queria
(eu queria?) do que era necessário. (Era necessário?)
o que queria?
o fio da navalha da verdade me corta como um habilidoso cirurgião com seu bisturí.
a culpa e os pesadelos são cirurgias sem anestesia
dor cor, calor...
tudo é vívido e mortal
vital como a poda de uma planta
apesar de achar que não precisaria doer tanto para crescer.
Devaneios infantis!
se eu quiser ser assim
aprendiz
assim deve-se seguir
na dor e na profunda paixão
num sonho em outra ilusão.
Verdade? duas doses de serenidade!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mas não o vê.

O drama retroalimentado pelas suas visões infernais
O mundo em chamas apenas em sua mente.
Não vê que suas mãos talham seu destino que lhe parece cruel
Os infortúnios deixados por outros, são de sua própria maquinação
e as sombras que encobrem teu leito são as suas!
Forjando sua falsa doença
a catástrofe em sua vida é seu alimento
seu drama diário, seu delicioso tormento.
São fantasias bem articuladas de um seio que deseja acolhimento
suas sombrias tendências não tem explicação.
Engolida pelo vortex de sua própria contradição
destrói moinhos de ventos quixotescamente
e não se desilude de sua condição medíocre.
Implora o auxílio, mas ainda tem forças
suga as forças do outro com seus lamentos sombrios
Assombra a calma de um pobre coitado
com seus relatos de dor
de sua própria fantasia
e sufoca a todos com sua falsa agonia
Luta e geme em seus profundos delírios

um terreno desencantado profundo e distante
Sonhos infantis ocultos a noite a espreita de um instante
ânsia de satisfazer os desejos pueris de um coração infame
esfaqueia a si mesma e bebe de seu próprio sangue.